quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Olívia e o candelabro italiano

Desceu a escada com bastante cuidado e tornou a subir meio intrigada; desceu novamente, desta vez com mais atenção e menos cuidado.
Estava certa: o candelabro realmente não lhe desejou uma boa noite e também não lhe disse que era linda.
Parou no meio da escada, investigou sua sombra na parede e concluiu que continuava linda e atraente, apesar daquele ilustre acessório veneziano acusar que sua barriga estava muito maior que sua bunda.
Subiu até o quarto e diante do espelho confirmou que era linda. Dormiu tranqüila.
Na manhã seguinte, muito simpática atendeu a imprensa e fotografou com os fãs que dormiram em seu jardim. Já no portão, reservou alguns minutos para consolar um outro fã que chorava enquanto jurava que, no calor daquela mesma madrugada, um dos anões que enfeitavam o jardim pediu sua mão em casamento.
Partiu a cento e vinte para o aeroporto sem olhar para o retrovisor e sem pagar a conta de luz.


robierto plantchanotcha


(Esta verdadeira obra-prima da literatura mundial foi inspirada em minha tia Angelina Jurema e vem dar seqüência à homenagem ao site Escritoras Suicidas. O tema escolhido foi "Celebridades".)