quarta-feira, 22 de agosto de 2007

EU VI O QUE DOCTOR WALT FEZ NA SEXTA-FEIRA PASSADA

Tivemos uma pequena pane na rede mundial de computadores mas a nossa equipe já resolveu tudo.
Perdoem o transtorno.


Bem, vamos ao trabalho...

EU VI O QUE DOCTOR WALT FEZ NA SEXTA-FEIRA PASSADA - PARTE I


Confesso que não entendo nada de medicina, mas pude perceber a gravidade do problema só de olhar para a cara da minha obstetra quando ela me deu a notícia.
-Angelina, a posição do bebê não é favorável a um parto normal, vamos ter que fazer uma cesariana.
Fiquei assustada e, muito pacientemente, ela me explicou que o risco não era só pra mim, mas que era principalmente pro bebê. Pelo que entendi, o Elton não estava com a cabeça no lugar certo e poderia ter sérios problemas devido a falta de oxigenação.
Desesperada e espirrando compulsivamente eu pedi que ela entrasse em contato com o Doctor Walt para ver se ele poderia me ajudar. Ela telefonou para ele que confirmou que daria uma chegadinha aqui no hospital.
Minutos depois alguém bateu à porta:
-Mucho good evening, senhoritas. Lo permitem que eu entre acá mucho elegante?
A médica demorou um pouco para controlar a tremedeira e convidou-o a entrar.
-Por favor, Doctor Walt. O hospital é seu...
Sentaram-se junto ao aparelho de ultrassom e ela começou a explicar o que estava acontecendo e, depois de analisar tudo, ele virou-se para mim e perguntou:
-Há quanto tempo a senhorita Angelina mucho bonitinha está com essa mucho gripaça?
-Desde o finzinho de janeiro. - respondi
Impressionante como pude perceber que ele já descobrira tudo e logo encontraria uma solução.
-Preciso antes sintonizar a freqüência de mi mucho estetoscópio de ricaço com os celulares de ustedes para que lo possam acompanhar la mucha investigación.
Enquanto ele se aprontava, a sala foi se enchendo de médicas, enfermeiras e residentes. Tinha gente pendurada até na janela só para acompanhar o trabalho do Doctor Walt.
-Agora todos mucho silêncio para podermos ouvir o mucho bebezinho.
Tocou o estetoscópio na minha barriga e perguntou:
-Por que bebezinho mucho bonitinho non quer nascer sem criar essa mucha complicación?
Ouvimos algo nos nossos celulares:
-Nentacomecemofá...
-Lo ouviram todos?
-O que ele disse?-perguntaram.
-Lo muchacho lo disse em um mucho perfecto português que ‘Neném tá com medo de nascer mofado.’
E explicou que era de se esperar porque eu estava com uma gripe crônica há mais de seis meses, sem contar que fazia um frio desgraçado no Rio de Janeiro.
-Se lo acabamos com a gripaça de tu mamãezinha mucho lindaça alá usted lo promete que lo vira e lo nasce mucho bonitinho?
-Natimsimdoá...
-Lo ouviram todos?
Todos responderam que sim, e ele perguntou quem entre nós saberia dizer o que o bebê respondeu.
Uma médica que estava quietinha levantou o dedo e arriscou:
-Ele disse ‘Nasço bonitinho sim, Doctor Walt’!?
-Exactamente. Parabéns pra médica mucho lindinha alá.
Depois disso, ele convidou todo mundo para ir até a cantina para um cafezinho e depois voltariam para investigar a origem da minha gripe crônica. Sozinha no quarto, liguei a televisão e fui assistir a um filme que estava começando. Mas isso eu conto na próxima edição.
Angelina Jurema.